As aulas de SOCIOLOGIA da Profª Charlene estão gerando muita
discussão.
Dentre
os temas trabalhados neste bimestre estão :
- O Estado
Laico;
- O
poder da Igreja sobre a sociedade;
- O
conservadorismo no planejamento social; e ainda,
- A
necessidade de conscientização sobre a importância da igualdade de gênero, em
que homens e mulheres tenham os mesmos direitos assim como os mesmos deveres
perante a sociedade.
Sobre esses temas, a aluna Caroline Spitzner, da 3ª 2, dá a sua
opinião. Confira o texto na íntegra:
As raízes do patriarcalismo e sexismo no
Brasil e
a influência da Igreja em um suposto Estado Laico
A Igreja Católica há
muito tempo tem ocupado uma posição de poder na sociedade brasileira. E apesar
de vivermos em um suposto Estado Laico, onde haveria uma separação entre Estado
e Igreja, sua influência ainda é significativa. Estabelecida com a chegada dos
europeus às terras brasileiras, a Igreja tem suportado o ideal da família
tradicional e seus determinados papéis sociais de gênero.
Apesar de que a visão
conservadora sobre os supostos papéis que ambos os gêneros, masculino e
feminino, deveriam exercer vai além da influência da Igreja. É observável que
uma significativa parte do patriarcalismo e sexismo no Brasil é derivado de
remanescentes e retrógrados valores religiosos.
Pode-se usar como exemplo
desses valores conservadores e patriarcais, uma família em que se espera que o
pai seja o “chefe” e aquele que possui o controle. Já o papel esperado da
mulher seria o de mãe, que ficaria em casa cuidando das crianças. Na sociedade,
podem-se traçar as raízes desse modelo de organização até nos modelos divinos
do texto bíblico que são majoritariamente masculinos, Deus é um homem, Jesus é
um homem, etc. Essa imagem acaba sendo associada com a de pais e irmãos, que
por serem do gênero masculino são associados a imagem de Deus, a qual as
mulheres se tornam submissas.
O papel que o gênero
feminino deveria exercer foi influenciado por interpretações do texto bíblico,
onde se tem a imagem santificada da mulher como uma mãe, ilustrada pela Virgem
Maria.
Esse sistema de organização
da família está se tornando cada vez menos comum. Entre os fatores que
contribuem para tal diminuição pode-se citar o aumento da participação da
mulher no mercado de trabalho.
Entretanto o patriarcalismo está muito
presente em regiões rurais.
A
influência da Igreja em questões relacionadas ao papel da mulher na sociedade,
também pode ser observada na posição extremamente conservadora da igreja com
relação a contraceptivos e a discussão sobre a legalização do aborto. Esse é um
tema polêmico principalmente porque apesar de ser uma questão de saúde, ele
sempre acaba se tornando uma questão de idealismo.
A influência da Igreja pôde ser observada nas
eleições presidenciais de 2010, onde a então candidata, e atual Presidenta
Dilma Roussef havia declarado que o tema do aborto deveria ser discutido no
Congresso, pois era uma questão de saúde pública. Pouco tempo após essa
declaração Dilma foi pressionada por grupos religiosos, que novamente mudaram o
foco da discussão, transformando um assunto de saúde pública em uma questão de
idealismo religioso.
Isso
nos faz questionar, realmente vivemos em um Estado Laico? Qual o nível de
extensão do conservadorismo no plano social? Quanto poder a Igreja como
instituição ainda exerce sobre a sociedade?
E principalmente nos faz
perguntar quando haverá igualdade de gênero no Brasil, ou pelo menos quando
haverá uma diminuição significativa dessa desigualdade, para que pelo menos os
direitos básicos da mulher sejam respeitados.
Por: Caroline
Spitzner - 3ª 2
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